As queimadas são um problema recorrente, especialmente durante os períodos de seca. No estado do Maranhão, a vegetação que inclui áreas de cerrado e floresta amazônica, está sujeita a incêndios tanto naturais quanto provocados pelo homem. Estes incêndios possuem diversas causas, desde práticas agrícolas como o uso do fogo para limpeza de áreas, até ações criminosas e negligência.
Os impactos das queimadas são significativos afetando não apenas a biodiversidade local, mas também a qualidade do ar, a saúde das pessoas e a economia, especialmente de comunidades que dependem dos recursos naturais.
A Terra Indígena Araribóia é lar de diversas comunidades da etnia Guajajara e enfrenta frequentes incêndios, muitos dos quais são provocados ilegalmente por madeireiros, grileiros e outros invasores que buscam expandir suas atividades econômicas às custas do meio ambiente e dos direitos dos povos indígenas. Esses incêndios não apenas ameaçam a biodiversidade única da região, que inclui fauna e flora de grande importância, mas também colocam em risco a vida e o modo de vida das comunidades indígenas.
O povo originário Guajajara têm se organizado para proteger a área, realizando ações de vigilância e monitoramento para detectar e combater incêndios ilegais. Os Guardiões da Floresta, como são chamados os indígenas que se organizam para proteger seus territórios contra invasões, desmatamento ilegal, queimadas e outras atividades predatórias, atuam como vigilantes ambientais, realizando patrulhas para monitorar e combater atividades ilegais dentro das terras indígenas. Eles desempenham um papel fundamental na defesa da biodiversidade local, na preservação dos recursos naturais e na manutenção dos modos de vida tradicionais de suas comunidades.
No caso da Terra Indígena Araribóia, os Guardiões da Floresta têm enfrentado grandes desafios devido à intensificação do desmatamento e das queimadas provocadas principalmente por interesses econômicos externos. A luta dos Guardiões da Floresta não é apenas uma defesa ambiental, mas também uma luta pelos direitos indígenas, pela preservação cultural e pela sobrevivência das futuras gerações de suas comunidades.
A atual situação na Terra Indígena destaca a necessidade urgente de políticas eficazes de proteção ambiental e respeito aos direitos indígenas, visando garantir a sustentabilidade ambiental e o bem-estar das comunidades tradicionais que dependem diretamente dos recursos naturais para sua sobrevivência.