Na viagem ao extremo norte do nosso país, queremos mostrar um Brasil tão belo e ao mesmo tempo tão esquecido, curtam conosco essa nossa aventura! Que começou em Macapá para o município do Oiapoque.

Macapá e Oiapoque são duas cidades do estado do Amapá, no norte do Brasil. Macapá é a capital do estado e Oiapoque é a cidade mais ao norte do país, na fronteira com a Guiana Francesa. As duas cidades ficam a cerca de 580 km de distância, e há duas formas principais de fazer esse trajeto: de ônibus ou de carro.
Os ônibus saem diariamente de Macapá para Oiapoque, a viagem leva em média 10 hora, agora de carro, que foi a nossa opção, você pode alugar um veículo ou contratar um táxi para fazer o percurso pela BR-156, que é a rodovia que liga o extremo norte ao extremo sul do Brasil. A viagem pode levar entre 8 e 12 horas, dependendo das condições da estrada e do trânsito.

A BR-156 é asfaltada até o km 241 e depois tem trechos de terra e pontes de madeiras, algumas estão bem precárias, mas conseguimos passar com tranquilidade. Você deve ter cuidado com os buracos, os animais na pista e os postos de combustível são escassos, o último antes do Oiapoque fica no município de Calçoene, cerca de 220 km de distância. Seja qual for a sua escolha, você vai poder apreciar a paisagem da floresta amazônica e conhecer um pouco da cultura e da história da região.

As condições da estrada de Macapá para Oiapoque nesta época do ano, ou seja, o verão amazônico, a trafegabilidade é muito boa, principalmente onde não há pavimentação, que para a nós foi muito tranquila a viagem. Segundo relatos de motoristas de ônibus, uma viagem que deveria levar cerca de 7 horas, no período do inverno amazônico, onde a chuva é intensa, pode demorar até 30 horas, por causa dos atoleiros, das crateras. A estrada está em obras de asfaltamento, mas ainda não há previsão de conclusão. Por isso, é recomendável ter muito cuidado, paciência e planejamento ao fazer esse trajeto.

Como já dissemos, Oiapoque é uma cidade situada na fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa, às margens do rio Oiapoque, que separa os dois países. Ela é conhecida por ser o ponto inicial da BR-156, a rodovia que liga o extremo norte ao extremo sul do Brasil, passando por Macapá.

Oiapoque não é uma cidade muito turística, mas tem alguns atrativos que valem a pena conhecer, como o Mercado Central, onde se pode comprar produtos locais e artesanais, o Monumento à Pátria, que celebra a soberania territorial do Brasil sobre a região, e o Porto de Embarque, de onde saem barcos para a Guiana Francesa e para outras localidades ribeirinhas.
Uma das principais atividades em Oiapoque é fazer um passeio de barco pelo rio Oiapoque, apreciando a paisagem da floresta amazônica e observando a vida dos ribeirinhos. O rio Oiapoque também é um ótimo lugar para pescar e praticar esportes aquáticos, como canoagem e caiaque.

Se você quiser ir além de Oiapoque, você pode atravessar o rio Oiapoque e visitar a cidade de Saint-Georges-de-l’Oyapock, na Guiana Francesa. Lá você pode conhecer um pouco da cultura francesa na Amazônia, visitar o Forte Diamant e o Museu Regional da Guiana Francesa, e provar a gastronomia local. Para atravessar o rio Oiapoque, pela Ponte Binacional Franco-Brasileira, você precisa ter um passaporte válido e um visto francês ou europeu. Porém, você pode pegar um barco no Porto de Embarque de Oiapoque, que cobra cerca de R$ 40 por pessoa pela travessia.



Aproveitando que estávamos no extremo, fomos visitar Vila Brasil, uma pequena comunidade que fica dentro do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, no estado do Amapá, na fronteira com a Guiana Francesa. É um lugar de beleza natural e riqueza cultural, onde se fala português e francês, e se usa o Euro como moeda. A Vila surgiu como um posto do Serviço de Proteção ao Indígena, e hoje vive do comércio com os indígenas da região. Sendo também, um destino de ecoturismo, pois oferece paisagens deslumbrantes, como corredeiras, cachoeiras e florestas. Para chegar lá, é preciso viajar de barco pelo rio Oiapoque, numa aventura que pode durar até 7 horas e meia, no período de seca e cinco horas na cheia.



Na verdade, Vila Brasil é um vilarejo de comerciantes no meio da floresta Amazônica rodeada por uma imensidão de floresta, a vila não é habitada por ribeirinhos, como é de se esperar de uma comunidade isolada na Amazônia, mas por comerciantes, e hoje sobrevive das relações comerciais com a população da Guiana, onde os principais clientes são os indígenas que habitam Camopi, na Guiana Francesa, vila que fica do outro lado do rio Oiapoque, há menos de cinco minutos de barco de Vila Brasil. Por isso, a moeda local é o Euro, moeda dos indígenas que recebem auxílio do governo francês e o idioma francês é tão falado quanto o português por ali.


Só lembrando, que nossa viagem foi excelente, uma oportunidade única, tentamos trazer um pouco do que vivemos, e gostaríamos de deixar registrado, nosso agradecimento a população, pois todo lugar que chegávamos, no início causava um pouco de desconfiança, porém quando entendiam o que estávamos fazendo éramos muito bem acolhidos, obrigado Vila Brasil, obrigado Oiapoque!