Belém (PA) – Uma manifestação fluvial histórica marcou a abertura da Cúpula dos Povos, evento paralelo à COP30, na manhã do dia 12 de novembro. Diversos movimentos sociais participaram da barqueata, distribuídas em embarcações, que navegaram pelo rio Guamá e seguiram até a Baía do Guajará, em um ato que combinou protesto e celebração da diversidade cultural e ambiental da região.

A mobilização reuniu indígenas de diferentes etnias, comunidades quilombolas, ribeirinhos, pescadores e agricultores familiares, além de ativistas de diversas partes do mundo. Com faixas e cartazes, os participantes denunciaram a exploração da Amazônia, as chamadas “soluções falsas” para a crise climática e a falta de inclusão das populações tradicionais nas decisões ambientais.

O percurso teve início no campus da Universidade Federal do Pará (UFPA) e terminou na Vila da Barca, comunidade conhecida por suas palafitas e desafios de infraestrutura. O rio, ponto central da mobilização, simbolizou a importância das águas para a vida e a cultura amazônica, reforçando a mensagem de que a preservação ambiental está diretamente ligada à sobrevivência das comunidades locais.

A Cúpula dos Povos, que segue até o dia 16 de novembro, reúne cerca de 15 mil participantes e mais de 400 organizações. O encontro debate temas como justiça climática, soberania alimentar, direitos territoriais, perspectivas feministas e a inclusão dos povos tradicionais nas políticas ambientais.

Além da dimensão simbólica, a barqueata também funcionou como uma forma de pressão política, lembrando autoridades e negociadores internacionais de que a crise climática não pode ser enfrentada sem a participação efetiva dos povos que mais dependem da floresta e dos rios para viver.

O evento evidencia a força de um movimento social que conecta causas locais e globais, e que busca garantir que as decisões sobre o futuro do planeta considerem justiça social, direitos humanos e preservação ambiental de forma integrada.

By FFN

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