O Amapá está dando passos firmes para se tornar um importante polo na exploração de petróleo no Brasil. Recentemente, o governador Clécio Luís recebeu a empresa Nitshore Engenharia, líder em logística offshore, que demonstrou interesse em se instalar no estado. Com isso, o governo reforça sua estratégia de fortalecer a cadeia produtiva do petróleo, atraindo investimentos que prometem gerar empregos e transformar a economia local, especialmente com as novas descobertas na Margem Equatorial.
Contexto do leilão de exploração e impacto climático
O governo brasileiro planeja leiloar 172 blocos de exploração de petróleo e gás na Margem Equatorial, incluindo 47 blocos delicados na foz do Amazonas. A área somada equivale a mais de 56.000 milhas², aproximadamente o dobro do tamanho da Escócia. Ambientalistas alertam que, se explorados, esses blocos podem emitir até 11 bilhões de toneladas de CO₂ — o que representa cerca de 5% do orçamento global restante de emissões para manter o limite de aquecimento de 1,5°C
Contradição com COP30
O leilão ocorre poucos meses antes do Brasil sediar a Conferência do Clima (COP30) que será realizada na capital do Pará – Belém, gerando forte oposição de ambientalistas, comunidades indígenas, promotores públicos e até sindicatos de petroleiros. Eles apontam incompatibilidades entre essas ações e os compromissos do país com o acordo climático
Aprovação ambiental e exigências
O Ibama aprovou recentemente o plano de emergência da Petrobras para proteger a fauna em caso de vazamento na foz do Amazonas — um passo crucial para a licença de perfuração. Também construiu um centro de atendimento veterinário no município de Oiapoque, para resguardar animais marinhos, conforme exigido pelos reguladores. No entanto, ainda há exigência de estudos ambientais mais abrangentes (AAAS), o que pode atrasar a liberação de novas licenças
Tensão política e econômica
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende a exploração, alegando que os recursos obtidos financiarão a transição energética — enquanto alguns membros do governo, como a Ministra do Meio Ambiente, Marina Sila, criticam a medida. Enquanto o Congresso Nacional está flexibilizando as regras de licenciamento, favorecendo tanto o leilão quanto projetos de infraestrutura como a pavimentação da BR 319, no coração da Amazônia.
O leilão de blocos na Margem Equatorial representa uma grande oportunidade econômica, com potencial para atrair investimentos e gerar receitas. No entanto, também intensifica debates sobre seus impactos ao clima, à biodiversidade e aos direitos indígenas, especialmente diante da proximidade da COP30.
O governador do Amapá, Clécio Luís, recebeu representantes da empresa Nitshore Engenharia, que deseja se instalar no estado para apoiar a futura exploração de petróleo na Margem Equatorial. A Nitshore é referência nacional em logística offshore e já opera a maior base privada da América Latina no setor de óleo e gás.

Durante o encontro, foram discutidas estratégias para logística, armazenamento e distribuição, como parte do plano do governo de transformar o Amapá em um centro estratégico para a indústria petrolífera, gerando emprego e desenvolvimento.
A empresa demonstrou interesse em investir no estado devido à sua estabilidade política e ambiental. A visita faz parte de um processo iniciado com missão técnica do governo do Amapá às bases da Nitshore no Rio de Janeiro.
Além disso, os governos do Amapá e do Rio firmaram um acordo para troca de experiências e capacitação técnica, com o objetivo de preparar o estado para os desafios da indústria de petróleo e gás.