A Cabanagem, também chamada Guerra dos Cabanos, foi uma revolta popular e social que ocorreu na então Provícia do Grão-Pará entre 1835 e 1840. A revolta foi motivada pela extrema pobreza, fome e doenças que afetavam a população local, além do isolamento político, a forte influência portuguesa na região com a independência do Brasil em 1822.
Os índios, mestiços e, pobres analfabetos que viviam amontoados em cabanas de barro à beira dos rios, e integrantes da classe média uniram-se nessa revolta, com objetivo de aumentar a importância do seu território no governo central brasileiro e, enfrentar a questão da pobreza na região.
A Revolta da Cabanagem recebeu este nome porque a maioria dos rebeldes morava em cabanas às margens dos rios dessa grande região. Melhoria de suas condições sociais e econômicas, e a disputa pelo poder político estavam entre as principais reivindicações dos rebeldes indígenas, mestiços, negros, comerciantes e fazendeiros. Estava em jogo, portanto, a independência da região do domínio português.
Muitos líderes locais da elite fazendeira, descontentes com a política do governo imperial português, ressentidos pela falta de participação política nas decisões do governo brasileiro centralizador, também contribuíam com o clima de insatisfação após a instalação do governo provincial. Considera-se que a revolta iniciou em 6 de janeiro de 1835 quando a sede governamental da cidade brasileira de Belém no Pará foi tomada pelos revoltosos e, foi instituído novo presidente, o militar Félix Clemente Malcher. Porém, Clemente Malcher mais identificado com a elite dominante traiu a revolta. Sucedeu-se um conflito entre as suas tropas e as do outro líder, Eduardo Angelim, tendo estas saído vitoriosas. O frágil e instável controle cabano do Grão-Pará durou cerca de dez meses.
Em homenagem ao movimento foi erguido um monumento, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, na cidade de Belém no estado do Pará, o Memorial da Cabanagem.