A chegada de japoneses ao território de brasileiro ocorreu em diversas localidades e por inúmeros motivos, mas dentre os que mais ganharam destaque devido o fato que ocasionou o deslocamento imigratório, foi após o evento do Terremoto de Kanto, ocorrido no ano de 1923, que devastou a capital do Japão, Tóquio. Devido a acordos firmados anteriormente entre Brasil e Japão e que estavam relacionados a chegada de imigrantes japoneses no território brasileiro, viabilizou de maneira mais ágil a instalação destes em território brasileiro.

Foto: Reprodução.

No ano de 1928, a empresa japonesa NANTAKU (Nanbei Takushoku Kabushiki Kaisha) foi a encarregada da montagem e administração de uma Companhia Colonizadora voltada para a região amazônica. Conforme legislação da época e contrato firmado entre as duas partes, foram cedidos para o assentamento de imigrantes japoneses, em qualquer região do Estado, um milhão de hectares. No ano seguinte foi iniciada foi celebrado o acordo entre o Estado do Pará e a Embaixada Japonesa que viabilizou a imigração japonesa ao Pará.

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A chegada das primeiras famílias ocorreu no ano de 1929, em torno de 189 pessoas, ao município de Acará. Após esse primeiro grupo, outros vinte se seguiram, totalizando, em 1937, 352 famílias, com 2.104 pessoas. Para se firmar no local e prover sustento para as suas famílias , os japoneses que aqui estavam residindo optaram pelo cooperativismo, surgindo a Cooperativa de Hortaliças do Acará, com filial em Belém, que atualmente corresponde a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-açu (CAMTA).

Com o início da Segunda Guerra Mundial, o rompimento de relações exteriores entre Japão e o Brasil se deu em 1942, culminando na edição do Decreto Lei nº 4.166, de 10 de março de 1942, pelo qual se autorizou o confisco dos bens de todos os imigrantes assentados no País.

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A Colônia do Acará, com a intervenção governamental, passou a ser administrada pela CETA – Colônia Estadual de Tomé-Açu, tornando-se campo de confinamento de japoneses, italianos e alemães de toda a Região Amazônica.

Em 17 de abril de 1942, os japoneses perderam o direito aos seus bens, por meio de uma declaração de caducidade, e a vila às margens do rio Acará foi isolada. Nascia o Campo de Concentração de Tomé-Açu. A colônia de imigrantes foi isolada dentro do perímetro do campo e estima-se que, durante os seus três anos de existência do campo, cerca de 480 famílias de japoneses, 32 de alemães e alguns italianos ficaram confinados.

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Em 1945, após término da 2ª guerra mundial os campos de concentração foram extintos após a decretação do fim da guerra mas as consequências permaneceram por décadas onde os imigrantes ficaram empobrecidos, estigmatizados e com as “marcas” dos traumas psicológicos e físicos gravados em gerações. Impulsionada pelos imigrantes japoneses, Tomé-Açu no pós-guerra se recuperou economicamente chegando a se tornar o maior produtora mundial de pimenta-do-reino.

By FFN

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